Limpando os olhos

Meu amigo leitor, perdoe-me pela demora deste post.
Jamais imaginei que haveria uma continuação do post anterior, ainda mais tão breve, me refiro a brevidade em retomar o mesmo assunto.

Eu relatei aqui nos primeiros dias de 2015 o que eu esperava quanto a relacionamentos em todas as esferas, e tive algumas descobertas interessantes, que podem até parecerem óbvias. Primeiramente, gostaria de esclarecer que no post anterior, não me referia apenas aos relacionamentos amorosos e sim todos possíveis.

Hoje vejo que todos os relacionamentos problemáticos, frustrados foram exclusivamente culpa minha!
Em última instância, a culpa sempre foi minha, seja por investir, quando já deveria ter desistido, por querer ter razão ao invés de ser feliz, por insistir em situações e pessoas erradas, por me deixar levar por pessoas, por levar problemas do dia a dia pra casa, enfim… sempre fui o culpado!

Na maioria das vezes, chegava em casa exausto, com os olhos poluídos, como se tudo que passou por eles os tivessem impregnado, em vez de parar, o que eu fazia? Revivia tudo novamente, seja internamente ou com quem estivesse por perto. Acabei por inúmeras vezes levando as perturbações de um mundo para outro, de uma relação para outra, inventando uma coerência inexistente, ligando eventos e pessoas independentes e consequentemente tomando decisões, ou não tomando, a partir desse caos. Como se meu corpo se deformasse em algum lugar e eu fosse torto para todos os outros.

Rotineiramente juntava várias oscilações de energia ou humor (o que você preferir chamar), em uma bola de neve e me auto diagnosticava de forma errada. O surgimento desses pensamentos ocasionados por sensações de correria, desânimo, ansiedade, pendência, acúmulo, seriedade, fracasso e até mesmo de sucesso, só surgiam porque era incapaz de soltar, incapaz de soltar histórias, lembranças, tensões corporais, visões estagnadas sobre os outros e meu próprio interior, lembranças compulsivas, ilusões mentais tomadas como realidade, sofrimento antecipado, expressões faciais, essas fixações de todo o tipo.

Não importa qual imagem surja, sempre limpo os olhos, de novo e de novo, uma vez que antes eu era como uma tela de cinema na qual todos os filmes ali repreoduzidos começam a se sobrepor, ou como um espelho que guarda o reflexo de tudo que reflete: depois de algum tempo, descobri que meus olhos estavam assim, não conseguia ver mais nada.

Tenho soltado o que acaba de acontecer, deixo que se vá, não remendo com outra coisa, quando faço isso, vejo que um novo ânimo surge. Comparo com aqueles momentos que estamos em uma palestra chata e ficamos sonolentos, mas logo ficamos dispostos quando percebemos que chegou no slide final, a sensação de conseguir largar, é exatamente essa.

É sempre possível começar, não preciso esperar o próximo ano, mês ou dia, segundos depois já é possível inaugurar a vida, hoje não preciso de uma crise para começar do zero.

O segredo? Apenas deixo os ombros cair, desobstruo a respiração, relaxo a mandíbula, sem pressa para o momento seguinte, com os olhos claros, vazios.

Assim, os relacionamentos têm sido totalmente diferentes, sem sobreposições, expectativas e comparações.

Relacionamentos superficiais

O que espero de 2015 é além de coragem para mudança, ter relacionamentos verdadeiros, relacionamentos de todas as instâncias. Na verdade acho que o maior erro tem sido meu, ao esperar que as pessoas sejam como eu imaginei ou como criei expectativa que fossem.

Talvez meu maior desafio seja aprender a conviver com essa relativa solidão “amorosa”, que a maioria de nós está destinado. Por não me encaixar em alguns padrões, além do fato das pessoas de uma forma geral não conseguirem abrir mão de uma série de coisas em prol de uma vida a dois.

Hoje me tornei mais incrédulo, assim não me considero a melhor pessoa para dar opinião, decidi não buscar e não esperar por algo que cada dia está mais escasso na sociedade, até mesmo na própria sociedade “normativa”.

Preciso me conscientizar  que nos dias atuais a carne fala mais alto, é mais valorizada que quaisquer laços que as pessoas possam construir, como compartilhar conquistas, superações e alegrias. Parece que tudo isso se perdeu! Desculpe minha franqueza, mas hoje, depois de algumas tentativas de relacionamentos frustradas por motivos banais, não sei no que acreditar, mas sei claramente no que desacreditar.

Só tento aprender e espero mudar minha atitude pra reconhecer e dar valor a alguém que realmente queira crescer e compartilhar o bom da vida comigo.
Feliz 2015!

Adeus vovó!

Um ano atrás aproximadamente nós nos vimos e saber que hoje você se foi, me trouxe sensações que por ingenuidade achei que tinha vencido.

Um ano atrás, ver uma pessoa tão amada sofrendo, me trouxe tantos sentimentos ao mesmo tempo, de tristeza, de injustiça, de compaixão, de arrependimento, de culpa… ao ponto de me deixar literalmente sem chão.

A pessoa que você sempre foi, desprovida de qualquer preconceito e indiferença, me faz ter um ótimo exemplo de como encarar a vida.

Uma das lições mais simples, que nunca esqueço, sempre lembro, foi a de que quando me servisse de alguma refeição, o fizesse sempre pelo mesmo lado, ou sempre pelo lado que já tivesse sido utilizado.

Confesso que me sinto lisonjeado, por ter sido aquele neto conhecido pela família inteira, por ter feito quando bebê xixi na sua cara, me desculpa? Foi sem querer, foi mais forte que eu! Naquela época, acho que eu não conseguia segurar…

Ou quando adolescente que fingi passar um trote, falando besteira, acho que foi uma cantada, e ouvi a senhora me mandar pra “puta que pariu”! Como esquecer disso?

É tão difícil dizer adeus, queria tanto poder lhe pedir desculpas por não ter tido a oportunidade de ir visita-la mais vezes.
Parece que foi ontem que estávamos sentados juntos, no mesmo ambiente, me disse o quão orgulhosa estava e falou para suas visitas que eu tinha puxado a sua beleza.

Queria poder te abraçar mais uma vez, acho que afastaria toda a dor, agradeceria por tudo o que fez, não há nada que eu não faria para ouvir tua voz de novo.

Hoje me sinto destruído por dentro, mas não admitiria, queria apenas me esconder, é tão difícil dizer adeus quando chega a hora.

Só não desisto, porque sei que não sentiria orgulho nenhum dessa attitude.

Obrigado, por tudo! 😥

Você!

Tenho algo para dizer: enfim, livre!

E sentir-se assim é tão estranho em alguns momentos… Olhar pro lado e ver que não tenho nada que me prende, que nada mais me segura pra voar baixo. Por fim, acredito na expressão “estou feliz” e  consigo pronunciá-la saboreando!

Tudo me levou a pensar que seria impossível, sentir-se bem,  e que sentir-se feliz, que nunca seria completo se eu não tivesse alguém. Posso contar uma coisa? Me deixei enganar, estou bem e você, não faz falta! Na verdade, acho que nunca de fato fez! Nunca pensei em escrever algo assim libertador, talvez pelas amarras que a sociedade atual nos impõe, este post falando sobre outra coisa além de você, mas o “você”, hoje, sou eu.

O post é sobre minha felicidade, o “você” não faz parte disso, perdeu a forma, a cor, o nome e a mim.

Me escondi por muito tempo por vários motivos, chorei até não ter mais lágrimas, por fim, simplesmente cansei. Minha vida agora tem vida, eu tenho vida! Acabou a empatia por músicas melancólicas, pra alguém que não se importava e ainda zombava.

Estou vivendo tudo tão intensamente, compensando todos esses anos de vida e sem ninguém do meu lado, ninguém me dizendo o que fazer, nem pai, nem mãe, nem você. Estou vivendo cada segundo, sorrindo com a boca cheia de alegria e não para disfarçar o que eu tenho sentido, porque não tem mais o que disfarçar, muito pelo contrário, quero mostrar pra todos que sou feliz.

Quero que vejam a mudança que eu sofri… E claro, mudar me fez sofrer e crescer.

Em um amontoado de situações e de pessoas, que se foram e chegaram eu me encontrei, antes, encolhido em um canto sujo e empoeirado, lá estava eu, enquanto a vida toda passava pela janela.

Descobri que era burrice, sabe? Essa parada de sempre procurar um motivo pra ficar triste, de se colocar em segundo plano e esperar que a vida por si só traga algo novo, alegre, emocionante… Eu descobri que a tal felicidade da gente só depende da gente, embora redudante, na prática é muito complexo, principalmente quando não se usa de nenhum outro artifício, como remédios, bebidas, drogas etc. Descobri que não preciso de companhia pra me sentir bem e que se sentir bem é um estado de espírito, literalmente!

Não existe receita, ou fórmula para isto. Confesso que descobri também que não sei ser feliz, pode?! Eu não sei acordar e não ter aquela incerteza no peito, eu não sei prostrar a cabeça no travesseiro e pensar se fui feliz no dia que findou-se, em compensação, estou descobrindo como é acordar, e pensar, dizer interiormente “hoje o dia está lindo e eu não tenho ninguém”.

E isso não é ruim, muito menos triste! Porque o fato de não ter ninguém é muito melhor do que viver triste por alguém que te diminui, consome, é muito melhor do que ter alguém incerto, inseguro e que te machuca rotineiramente.

Sabe, nunca tinha visto o mundo dessa forma, nunca tinha nem sequer imaginado um mundo sem dor.

Pois se por acaso você quer saber, hoje sou indolor e tem sido maravilhoso. Não há mais motivos pra ficar triste e isso é grandioso, eu sinto tudo e o tudo não me sufoca, o tudo faz parte da vida! Sei que falar de amor ficaria muito mais bonito e muito melhor, mas escrever sobre o oposto é muito mais desafiador, sobre como estive triste e como a minha vida esteve ruim.

Me dei conta que não consigo me aprofundar na tristeza que você me causou, porque eu não te amava tanto assim, na verdade tudo o que senti e passei, teria que passar de qualquer forma e você, foi só um personagem…

Moço, perdão mas essa tristeza não me pertence não. Deve ser de outra pessoa, a minha está em uma lata de lixo, dentro de uma caixa escrito “Você e tantos outros”.

Protestos pra que te quero!

Sempre tive certeza que vivemos dias que o reflexo da falta de educação é nítido. E falo de educação escolar mesmo. E que a solução do problema  vai muito além do salário dos professores. Não é novidade que o governo tem consciência da situação e não faz absolutamente nada para mudar.

Adiantar protestar? Adiantaria se tivesse um motivo genuíno, que realmente buscasse a raíz de todos os problemas. Na minha opinião, a educação seria este motivo. Por que agora temos que protestar? Porque não soubemos escolher os governantes, tão pouco fazer valer nossos direitos, porque lá em outubro votamos de acordo com a nossa conveniência pessoal, sem pensar no coletivo.

Educação, que desenvolva cidadãos críticos, com capacidade de pensar, argumentar, não é o forte do ensino brasileiro como um todo.  Pipocam nas redes sociais incentivos de protestos, mas para que? Depois da primeira semana, não era por R$ 0,20 mais. Francamente, virou um ”Oba Oba”. E o governo sabendo a real situação do povo brasileiro, veio com essa piada de Plebiscito, um governo sem autoridade, que não sabe distinguir certo do errado, que não tem capacidade de tomar as decisões corretas e necessárias. Que para tirar o peso das costas, inventa moda.

E educação de qualidade, não é a minimização da média de aprovação, tão pouco a maximização de bolsas ou cotas. Se o governo não sabe o que é, importe ideias, modelos…

O que escrever?

Quando senti que precisava escrever um novo ‘post’, não fazia a mínima que assunto abordar. A dúvida, não era por escassez, muito pelo contrário, pela a quantidade de acontecimentos relevantes que me chamaram a atenção nestes dois meses e meio deste ano.

De um lado os fenômenos espaciais que desde minha infância, eram objeto da ficção científica, meteoros, cometas… Os flagras no céu da Rússia que poderiam dar conta de qualquer cena de filmes do gênero como “Independence Day”, “Um Dia Depois de Amanhã”, e por aí vai.

A corrupção que ainda assola esse país, onde infelizmente a maioria dos governantes não procura de fato o bem estar da população. A culpa, é nossa, que votamos por conveniência, não cobramos resultados… Por outro lado, uma população ignorante, que não tem educação de qualidade como o poderia fazer?

O possível confronto dos Estados Unidos e a Coréia, que ao afirmar ter armas atômicas, se tornou “inimigo do mundo”. Só os Estados Unidos as podem ter… E parece que a imparcial Organização das Nações Unidas aprova a ideia.

A seca que mais uma vez começou a demonstrar no “país tropical” que as obras super faturadas e mal planejadas do Rio São Francisco farão muita falta, lugares inabitáveis, onde nada se desenvolve, por não haver uma gota de água.

E o Bento XVI? Uma renúncia que não cola, pelas justificativas dadas, uma vez que o “cargo” é vitalício. Notícias pipocando por todos os lados demonstrando a política, jogo de interesses por trás da maior organização religiosa do mundo.

O tiro no pé da Apple que ao processar a Samsung, desgastou a própria imagem e começou a atestar que o processo  em si era uma justificativa para a falta de capacidade de inovar de fato, do iPhone 4 ao 5, as mudanças foram efêmeras.

Queria tanto falar muito de cada um destes pontos, mas estes já estão bem sabatinados e de certa forma não são surpresa.

Prometo, vou escrever mais seguido!

As inovações da Apple

Nunca o assuntos relativos a patentes foram tão populares…

Como estudante de Inovação, tive aulas específicas de proteção autoral, patentes, etc. Com exemplos práticos entre Apple, Samsung e outras gigantes da tecnologia. E permita-me, inovação não é somente a criação de algo até então inexistente, de forma incremental, pode ser a simples melhoria de algo que já existe, ou a aplicação de forma diferente, resultando em um bem ou serviço otimizado.

Há, obviamente muitas questões por trás dos direitos de patentes, muitas delas ridículas, registras e questionadas nos tribunais, como temos acompanhado entre Apple x Samsung.

Talvez, as principais causas para registros de patentes bizarras, como várias da Apple, seja a própria experiência da empresa nos tribunais, quem lembra do processo milionário em que o iPod foi alvo? Que resultou em uma indenização também milionária pelo design já concebido algumas décadas anteriores?

E o fato de que a origem de alguns produtos da Apple ter como base o design de vários produtos da Braun, empresa européia de eletrodomésticos, famosa nos anos 60 (!!!).

A origem de nomes de produtos, retirados do cinema, de ficções como “2001: Uma Odisséia no Espaço”, história confirmada pela própria Apple. E se Kubrik tivesse patenteado o nome “Pod”?

Voltando aos tribunais, conhecemos mesmo que superficialmente a cultura norte americana, extremamente capitalista e protecionista, no quesito mercado internacional, ao ponto de fazerem guerra por petróleo.

Podemos então acreditar que uma empresa coreana ganharia uma ação milionária contra uma empresa americana em sua terra natal? Por que em todos os outros tribunais internacionais em que a Apple processou a Samsung não obteve sucesso? Sendo que muitas patentes questionadas se referem a recursos de sistema, por que o processo não foi contra a Google, desenvolvedora do Android, também americana?

Platão dizia que quadrados, círculos e retângulos são do mundo de idéias. Hoje são da Apple!

Já tive iPhone e sei que não existem bons e maus nesta história, mas quem está matando a inovação? E nós perdemos quando não temos mais de uma opção. Até mesmo para os fãs da Apple, concorrência para produtos de fato melhores, para vocês terem um iPhone cada vez melhor… E não existe empresa perfeita e nenhuma delas será a mais valiosa do mundo para sempre, Microsoft, Coca-Cola, IBM,…

Patentear não é a solução, fazer produtos inovadores e melhores, acredito que sim… Existem vários contras para a Apple, como não ter fábricas próprias, poder de distribuição instantâneo, atendimento pré-venda, escândalos com trabalho em condições precárias… Tudo difere da empresa “cool” que é vendida pelo marketing da empresa.

Com isso, não pense que acredito que a Samsung seja a empresa perfeita… Apenas estou tentando levantar respostas para tanta besteira discutida em tribunal, além, claro dos interesses milionários por trás.

Tão pouco acredito que tudo possa ser copiado, acredito apenas que há necessidade bom senso do que deve ser realmente protegido como propriedade intelectual, e não a piada de retângulos…

E o que me deixa impressionado são alguns usuários de uma empresa ou de outra não “se aceitarem” ou “olharem torto” para outra pessoa que optou por outro produto. Veja só o ponto ridículo que chegamos…

Pare e pense, e se Henry Ford tivesse patenteado sua criação de quatro rodas?

A moda agora é ser ateu!

Pelo menos em várias redes sociais que uso, pipocam animações, “reflexões”, ilustrações… sobre o porque de ser ateu, como uma espécie de justificativa. O interessante seria se fossem de fato reflexões e que tentassem ao menos vislumbrar os dois lados…

No fundo, me entristece saber que as pessoas de certo modo dizem não acreditar em nada e ao que parecem tendem a ter necessidade de demonstrar isso para os outros, como uma auto afirmação de independência. E pior, a maioria destas pessoas por serem “letradas”, graduadas cientificamente, ou apenas o acharem que são, tomam como uma espécie de justificativa indireta o fato de “estarem” em um patamar superior e que, acreditar em algo de certa forma abstrato é popularesco e corriqueiro demais para alguém tão, especial.

O fato de ter estudado filosofia, fez com que eu tivesse essa inquietude despertada, para a vida e seu sentido. Hoje acho que, seria muito mais fácil, mais simples, “largar de mão”, simplesmente não acreditar em nada e viver a vida de forma própria, por minhas próprias regras. Só que isso é um paradoxo, uma falácia. O homem, não tem escolha, há a necessidade de ser de certa forma subjugado, embora os “letrados” acham que não são. Em última instância sempre somos submissos a alguém ou a alguma força externa, sejam os pais, chefe, governo, sol, chuva e a própria morte.

Também acho que a maioria dos ateus se decepcionaram com discursos de homens, que foram denominados por outros homens como pastores e padres, com imagens feitas por homens, com interpretações de homens, que são iguais a nós, sem diferença alguma. Concordo com todas essas afirmações, mas isso não é o suficiente para me tornar um incrédulo. Essa forma de viver que julgo ser muito mais fácil, cheia de atalhos e de certa forma inconseqüente é que me entristece, acho que ainda me importo, muito com os outros. Quando digo isso, não estou querendo trazer você para a minha religião (até porque não sigo uma), mas o simples fato de viver por viver me soa bastante vão.

O que me leva a ter certeza que existe algo superior é o funcionamento perfeito de tudo, sem intervenção humana, a fotossíntese de um vegetal qualquer, a rotação da Terra que não atrasa nunca, e a forma como tudo é administrado, “por conta própria”. Isso sem mencionar a vida humana e sua incrível racionalidade, capacidade de inventar e criar coisas que nenhum outro animal consegue. Esse tipo de coisa, me deixa em conflito com teorias como  o “big bang”, ou qualquer outra teoria de criação, que tenta me levar a crer que tudo surgiu assim perfeitinho “do nada”.

No final das contas, ter fé vai além de ter religião, acreditar no amor, que o parceiro te ama, acreditar no horóscopo do dia, acreditar na existência do ar… A questão é, até que ponto ser incrédulo é possível?

Sim, somos preconceituosos!

Partindo do pressuposto que somos impacientes, talvez preguiçosos, buscamos explicações rápidas e fáceis, sempre colocando-nos em um grau de superioridade, no qual obviamente inferioriza os demais, chegamos assim a estas conclusões precipitadas.

Essa forma de “pensar”, que na verdade não implica verdadeiramente pensamento algum, é o vício que nos conduz a conceitos prévios, pré-conceitos, os preconceitos, sem ter conhecimento acerca do assunto ou experiência própria.

Como Francis Bacon  já definia, o preconceito – um conceito que você já tem antes de experienciar algo – que influencia na sua observação ou conclusão. Ou seja, se você não viveu, não há de fato conceito, só “achismo”.

Infelizmente nosso raciocínio começa sempre por problemas, nunca pela observação. Falando de forma genérica, ficamos presos em nossos conceitos, nos recusamos a enxergar ou “aceitar” verdades que os contradigam. No extremo, justificam genocídios, homofobia, racismo, machismo, feminismo, regionalismos… E outro punhado de preconceitos velados por aí.

Nossa visão do mundo é sempre uma visão imersa em teoria, infelizmente.
E é um baita esforço não ser assim…

Por muitas vezes acabamos vivendo em um estado inerte, indolente, com princípios equivocados, que nos impede de viver além do nosso umbigo, nos colocando adormecidos.

Acabamos valorizando as pessoas depois que não estão mais disponíveis, entre nós, ou interessadas em nós, por termos perseguido uma vida aparentemente sem sentido, individualizados por buscas sem benefício algum, o eterno casamento entre o conformismo e consumismo, pelo simples motivo de sermos “diferentes”, na busca de sermos superiores de alguma forma.
A ânsia de sermos classificados dentro do “bom” preconceito.

Não sei se é possível ser diferente hoje em dia, mas acho importante rotineiramente se dar conta de que o mundo que vivemos na maior parte do tempo não é real e totalmente passageiro.

Pensando na vida…

Eu estava pensando na vida e posso concluir que ela não foi “feita”, nos concedida para ser pensada, caso tente fazer isso você enlouquece, sua mente fica num eterno looping… Por outro lado não me agrada viver de modo que eu tente me enganar e os caminhos são sempre sinuosos, vivemos almejando melhorar as condições de nossas vidas, seja moradia, comida, educação, vestuário… tudo isso para depois morrer e não levar nada disso.

No final das contas, você leva a vida que você leva… Nada mais. Simples assim!

Neste ponto pode-se pensar que irei falar que ir para alguma igreja é a solução… Muito pelo contrário, hoje estas instituições, de modo geral, infelizmente são tão corruptas quanto alguns partidos políticos. Chamo a maioria das igrejas de corruptas pelo nítido interesse em dízimos que dependendo do montante, pode possibilitar vista grossa à muita coisa, assim como a pregação por meio do medo, quando dizem que Deus é um carrasco, criando assim culpa nas pessoas, estas instituições são as que pregam o que é aprazível para sua situação, em suma desenvolvem um corpo de crentes julgador, mesmo havendo várias passagens da Bíblia que discorre que ninguém está apto para julgar ninguém, somente Deus tem a capacidade de sondar os corações, enquanto o homem só vê o exterior, nada mais! Em suma, pregam o que é fácil ser cumprido ou cobrado e omitem o restante… Porque nenhuma igreja busca os perdidos, como a Bíblia descreve ter sido feito por Jesus. Está claro que era estas pessoas eram as que Ele se importavam, não o quanto elas podem contribuir financeiramente… A posição de acusadoras por parte desta instituições é muito mais confortável. Penso que o número de fiéis se deve ao nível da educação que temos no país, que está muito abaixo do desejado, muitas pessoas humildes que acreditam neste conceito fragmentado se submetendo a eles.

Apesar de tudo porém, acredito piamente que Deus existe, se esse é o nome do criador não sei, mas que existe um criador supremo, tenho plena certeza. Sei também que ele é como o vento que a gente não pode ver, mas pode sentir. Assim, como este elemento da natureza passa sem percebermos no nosso dia a dia, sentir a presença de algo superior requer sensibilidade. E sei que em nenhuma parte da Bíblia é mencionada alguma divisão de igrejas por nomes (como Católica, Batista, Protestante, Evangélica…), como sendo algo correto, assim como não há menção a criação de santos, estátuas feitas pelas mãos do homem, muito pelo contrário, isto é uma das coisas claramente condenadas no Livro Sagrado. Convenhamos, toda Sua criação é muito perfeita para ter surgido do big bang. E me entristece saber que há pessoas, algumas muito próximas que não acreditam em absolutamente nada, que se enganam ser inteligentes, mais independentes por se dizerem descrentes de tudo. Ao contrário do que se acham ser, tenho pena… Embora muitas vezes vivi de forma como se não houvesse amanhã, como se o evento mais importante para mim fosse o novo celular, filme, disco a ser lançado, ou a próxima cerimônia do Grammy, apenas alguns exemplos… tento aos poucos mudar a direção da minha vida, existem tantas coisas que podem ser consideradas como menores ou menos importantes, mas que fazem muito mais sentido nesta passagem por aqui.

Mas meu objetivo não é ponderar sobre estas questões da criação, mas simplesmente considerar como a vida é realmente passageira e volátil. Nós ainda nos achamos no direito de tentar nos preocupar, modificá-la de curso assim como se muda o curso de um rio, entretanto a nossa preocupação tem participação efêmera nela. Sei de toda a teoria que como disse anteriormente, ela (a vida) não é para ser pensada, mas as vezes é inevitável… Por incrível que possa parecer, acho a música do Zeca Pagodinho uma verdadeira lição de vida, deixar a vida nos levar, talvez seja a forma mais agradável, com menos sofrimento de viver aqui os anos que nos são concedidos…

Ora, é sabido que não temos escolha nenhuma, se houvesse, não iríamos querer a vida desta forma, tão passageira, ao mesmo tempo tão cruel e moraz com a maioria. Alguns defendem a idéia que a vida é algo inacabado, descordo completamente, apenas acredito que é uma parte… não é o fim. As vezes ainda me desgasto com o que os outros falam, quando percebo que ainda não se deram conta de princípios básicos da vida, as pessoas sempre terão opiniões sobre minha vida, assim como eu com relação a delas, mas somente eu tenho o poder de mostrar o quão errada elas estão e já demonstrei várias vezes!

Há um vídeo que achei hoje no YouTube, que chama-se “Da Servidão Moderna”, há lá várias versões, legendadas, dubladas… muita coisa que penso, “casa” com o que está lá. Acho importante assistir estes vídeos (são em média 5 partes, dependendo da versão), não que tudo que é mostrado seja verdade absoluta… Para minha pessoa serviu como um ponto de equilíbrio.

Precisava falar sobre isso… é como me sinto.