Há duas faces da presidente, que hoje passa pelo primeiro passo de seu impeachment; a votação na Câmara. Existe a imagem mitológica criada para a campanha eleitoral nunca antes divulgada (quando ministra), e a real, levantada por vários historiadores.
Para a campanha eleitorial; “energética, superguerrilheira, voluntariosa, nascida para comandar e conduzir, onisciente, que distribuía ordens e era respeitada por homens de alta periculosidade empenhados em derrubar a ditadura a bala, a coração valente”, hoje lendo esses adjetivos chega ser cômico, que resultaram na presidente mais ineficiente da história, incapaz de convergir e de fato governar. Além do fracasso no âmbito público, pela história, tudo que Dilma conseguiu foi graças ao apoio de três homens: dois maridos e o ex presidente Lula. A biografia manipulada com o propósito de culto à personalidade, conforme prática de governos historicamente fascistas e/ou comunistas. Sua foto de sua ficha no Dops, estilizada no melhor estilo Andy Warhol, talvez na tentativa de construir um ícone como a foto famosa de Che Guevara, além da antonomásia “Coração Valente” copiada descaradamente da campanha da senadora alagoana Heloísa Helena.
Um dos guerrilheiros, Carlos Lamarca, no livro “Vultos da República” define Dilma como uma garota metida a intelectual. A grande conquista de Lamarca foi o roubo de quase 3 milhões do cofre da amante do governador paulista Ademar de Barros em 1969, que julgavam ser dinheiro do povo, tendo como desculpa a devolução da quantia para o povo, porém não há registro dessa devolução. Embora Dilma não tenha participado desta ação, chegou a comandar algumas, que talvez explique o fracasso, resultando em tantos militantes presos, inclusive ela mesma e o marido.
Em 1970 foi presa em São Paulo, na Operação Bandeirantes, com arma e documentos falsos. Porém não há relevância dela na história antes de 2000, o máximo que ocorreu foi em 1977 quando o Estado de S. Paulo publicou lista de 97 subversivos em que ela, Dilma, figura apenas como companheira de Carlos Araújo. Nenhum autor que escreveu sobre ditadura e os movimentos de esquerda tinha idéia de quem era ela. Nem mesmo no livro “Combate nas Trevas” de Jacob Gorender, que esteve preso com Dilma no mesmo presídio (Tiradentes) a mencionou. Quando a única testemunha de que tenha sofrido tortura seja ela mesma, uma pessoa que incluiu no currículo cursos jamais feitos, mestrado, doutorado na Unicamp, apagando a falsa graduação mais tarde do site da Casa Civil.
A própria Dilma, confessou não distinguir ficção de realidade, resumindo aqui em, “…você conta e se convence”.
Hoje crítica das delações da Operação Lava Jato, tudo indica que houve redução de sua pena em troca de alguns “companheiros”, como o seu amigo guerrilheiro Natael Custódio Barbosa, ao qual atraiu para um encontro que resultou em sua capturação pela polícia.
Já sobre a falida lojinha de “1,99”, particularmente achava que era estória, ficção pura, até que pesquisando encontro informações sobre sua existência que incluem a confirmação da própria presidente.
A história política começa quando, em 2003 para apaziguar os esquerdistas mais radicais da base aliada, o então recém eleito Lula nomeia Dilma para Minas e Energia, mesmo sem nenhuma experiência para o cargo, ou talvez por causa disso mesmo. Dois anos depois, José Dirceu renunciou a Casa Civil (Mensalão lembram?), quando Dilma assumiu seu posto.
A passagem por esses cargos deixou marcas que vão desde fábrica de dossiês fictícios contra José Serra, Alckmin e Ruth Cardoso, que viera a falecer alguns meses depois do dossiê contra ela, divulgado com o objetivo de amenizar a repercussão do escândalo dos cartões corporativos (já na era Lula), justo a Sra. Ruth reconhecida por grandes trabalhos sociais, até por mais ferrenhos opositores de seu esposo. E o conhecido temperamento peculiar, nada polido, educado e amigável, conforme o livro “O Lado B dos candidatos”.
Por fim, chego em Pasadena e a compra injustificável da usina lata velha, com a desculpa de que não conhecia as cláusulas de um contrato, que acabou obrigando a Petrobrás comprar o ferro velho, gerando perdas a empresa e aos acionistas. Ora, qualquer pessoa com conhecimento mediano sobre direito submeteria um contrato deste porte para uma análise jurídica.
Também não vou entrar no mérito dos recentes discursos da Presidente, que mal consegue se expressar quando falando por conta própria; mandioca, aborto, mulher sapiens, dentifrício…
Toda a história parece fazer sentido quando hoje, o Brasil tem 39 ministérios, muita gente (companheiros) para agradar e ineficiência generalizada.
Depois de campanhas nada democráticas, embora hoje o discurso de sobrevivência da presidente se fundamente nesse vago conceito que ela nunca respeitou, dados dossiês, ataques pessoais por meio de “anônimos” na internet, além das campanhas que tem até hoje seu financiamento questionado, chegamos ao impeachment.
No dia 07 de outubro de 2015, Dilma teve suas contas rejeitadas unanimemente pelo TCU, deliberação que abriu caminho para um dos pedidos de impeachment mais bem fundamentados dos elaborados contra ela. Alguns dias depois, Eduardo Cunha, acuado por denúncias de corrupção, fez um pacto de mútua sobrevivência com o governo, rejeitando sucessivos pedidos de impeachment, 34 pedidos até aquele momento, em troca de apoio da governista para se manter no cargo. A bancada petista no entanto, violou esse acordo, dando continuidade ao processo contra Eduardo Cunha no Conselho de Ética.
Em 02 de Dezembro de 2015, Eduardo Cunha acolheu o mais elaborado, fundamentado e complexo dos pedidos acumulados, que fora encaminhado por Hélio Bicudo, jurista, político e fundador do PT, isso mesmo, fundador do partido da presidente.
Superficialmente, essa é a história da Presidenta, que chegou ao poder sem nenhum histórico político, na base da indicação e sem saber se expressar. Poderia a situação atual ser diferente?
Agora 14 horas, prestes a começar a votação na Câmara.